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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

23/06/2025

MINI-IMPLANTE EM ESPAÇO EDÊNTULO

REABILITAÇÂO DE AGENESIA DE INCISIVO LATERAL EM ADOLESCENTES

A agenesia dentária é uma anomalia relativamente comum, com prevalência na dentição permanente variando entre 2,2% a 7,6%, sendo que os incisivos laterais superiores representam 22,9% das agenesias. Considerando a posição deste dente na arcada dentária, a agenesia do incisivo lateral superior possui impacto significativo na estética, na função e no equilíbrio oclusal.

Ortodonticamente, podemos adotar 2 caminhos terapêuticos: o fechamento de espaço, por meio da mesialização dos dentes posteriores, ou a abertura de espaço, mantendo ou criando espaço para futura reabilitação protética, geralmente com implantes osseointegrados. Porém, a inserção de implantes osseointegrados requer que o paciente já tenha finalizado o crescimento ósseo. Em consequência, uma vez optado pela segunda abordagem. após o tratamento ortodôntico, precisamos preservar o espaço obtido através de próteses removíveis, próteses fixas ou, como sugerido mais recentemente, através de reabilitação com mini-implante ortodôntico e coroa estética (ROSA, 2022).

Entretanto, existe controvérsia em relação à inserção do mini-implante em áreas edêntula, pois, para uns, o mini-implante tem a capacidade de contribuir com a manutenção do osso alveolar na região edêntula (COPE, 2014), mas para outros, o osso alveolar perfurado pelo mini-implante não acompanha o crescimento vertical ósseo (KOKICH, 2011).

Referências:

  1. Rosa EGA et al. 2022. Indicação de implantes na substituição de dentes traumatizados. In: Amorim, LFG. Traumatismo em dentes decíduos e permanentes. Ciência na prática clínica. Santos.
  2. Cope JB, McFadden D. Temporary replacement of missing maxillary lateral incisors with orthodontic miniscrew implants in growing patients: rationale, clinical technique, and long-term results. J Orthod. 2014 Sep;41 Suppl 1:s62-74. doi: 10.1179/1465313314Y.0000000112. PMID: 25138368.
  3. Kokich VG, Swift EJ Jr. Temporary restoration of maxillary lateral incisor implant sites. J Esthet Restor Dent. 2011 Jun;23(3):136-7. doi: 10.1111/j.1708-8240.2011.00440.x. Epub 2011 May 9. PMID: 21649825.

Autora: CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

08/06/2025

CARRIERE MOTION 3D

PRECONIZA A FILOSOFIA "SAGITTAL FIRST"

O CARRIERE é um distalizador intraoral de molares que distaliza o seguimento posterior como uma unidade, sendo indicado para a correção da classe II ou III dentária.

Quando usado na correção da classe II, apresenta os seguintes efeitos:

No arco superior:

  • Gira e verticaliza o 1° molar
  • Distaliza o segmento posterior como uma unidade
  • Extrui os caninos superiores

No arco inferior:

  • Piora no comprimento do arco inferior, por isso, indica-se ancoragem com alinhador ou arco lingual
  • Extrui e inclina mesialmente o molar inferior
  • nclina os incisivos inferiores para vestibular

Necessita de uso de elástico. Segue cronograma:

  • 1° mês: Elástico 1/4’’ (6 oz = 170g)
  • Depois: elástico 3/16’’ (8 oz = 227g)

Mas ATENÇÃO no uso do Carriere:

  • Necessita de colaboração do paciente com o uso dos elásticos
  • Observar o padrão vertical, o torque dos incisivos inferiores e a inclinação do plano oclusal
  • Padrão vertical: suspeita-se ser o principal fator de falha no resultado do Carriere

Referências:

  1. Carriere L. A new class II distalizer. J Clin Orthod 2004;38(4):224-31
  2. Areepong D et al. The Class II Carriere Motion appliance: A 3D CBCT evaluation of the effects on the dentition. Angle Orthodontist, 2020;90(4):491-9

Autora: CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

 

 

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

28/10/2024

ANQUILOSE DENTÁRIA

Quais são as consequências de uma anquilose dentária?

A anquilose dentária pode ser definida como a fusão do cemento e/ou dentina com o osso alveolar. O primeiro molar decíduo inferior é o dente mais afetado, sendo também uma complicação comum em dentes permanentes reimplantados. Sua etiologia é multifatorial, estando associada a distúrbios locais de metabolismo, pressão mastigatória excessiva e fatores genéticos.

A fusão do dente com o osso alveolar acarreta consequências graves, como a infra-oclusão do dente afetado, supra-oclusão do dente antagonista, inclinação dos dentes adjacentes. Tudo isso pode causar sérios danos à oclusão e à ATM.

Neste caso clínico de um jovem de 19 anos, observa-se a agenesia do dente 15 (segundo pré-molar superior direito) e anquilose do dente 55 (segundo molar superior decíduo). Em decorrência disso, na arcada superior houve o desenvolvimento de infra-oclusão do dente 55, mesio-versão dos dentes 16 e 17, disto-versão do dente 14 e reabsorção radicular no dente 16. Na arcada inferior, houve supra-erupção dos dentes 45 e 46 e reabsorção radicular no dente 46.

Recomendamos a leitura do artigo: Andersson L, Blomlöf L, Lindskog S, Feiglin B, Hammarström L. Tooth ankylosis. Clinical, radiographic and histological assessments. Int J Oral Surg. 1984 Oct;13(5):423-31. doi: 10.1016/s0300-9785(84)80069-1.

Autores: ORIVALDO TAVANO & CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

27/10/2024

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) NA ODONTOLOGIA

Uma ferramenta essencial na prática odontológica

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é definido pela Resolução CNS nº 466 de 2012 como o "documento que explicita o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, contendo todas as informações necessárias, de maneira clara, objetiva e de fácil compreensão, para o completo esclarecimento sobre a pesquisa em que se propõe participar." Além de ser utilizado em pesquisas envolvendo seres humanos, é prudente utilizá-lo também em procedimentos odontológicos assistenciais, sejam eles diagnósticos ou terapêuticos.

O TCLE desempenha duas funções importantes na realização de procedimentos odontológicos assistenciais:

 1) Proteger os pacientes: O TCLE registra adequadamente as informações fornecidas aos pacientes sobre os procedimentos e as condutas a serem realizadas, destacando os benefícios, riscos e desconfortos associados.

 2) Proteger os cirurgiões-dentistas contra possíveis processos judiciais, servindo como prova do cumprimento do dever de informar (Código de Ética Odontológica, art. 11, inc. IV e Código de Defesa do Consumidor, art. 6º, inc III e art. 14)

 De forma resumida, o TCLE deve conter:

 1.  Detalhamento dos procedimentos indicados, com explicações de como são realizados, as vantagens e benefícios que proporcionam ao paciente;
2. Esclarecimento sobre as possíveis intercorrências, desconfortos e riscos decorrentes dos procedimentos;
3. Linguagem clara e acessível para facilitar o entendimento do paciente;
4. Particularidade das informações, tendo em vista que a Odontologia não é uma ciência exata e cada caso pode variar de acordo com as necessidades do paciente.

Destaca-se que o TCLE deve ser lido e compreendido antes da concessão do consentimento, de forma livre e esclarecida.

Por fim, o TCLE deve ser preenchido em duas vias idênticas, datadas e assinadas. Uma via deve ser retida pelo cirurgião-dentista e anexada ao prontuário do paciente, e a outra entregue ao paciente ou ao seu representante legal.

Com o DOCSAFE você pode assinar digitalmente todos os seus termos, com assinatura validada pelo ICP-Brasil e armazenar digitalmente todos os termos e dados do prontuário do paciente.

Quer trabalhar com segurança? Entre em contato conosco pelo chat.

Autores: PEDRO MOLITOR & CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

30/05/2024

RELAÇÃO ENTRE OCLUSÃO E DTM

O que o ortodontista precisa saber?

É amplamente preconizado que todo paciente submetido a tratamento ortodôntico com braquetes ou alinhadores deve finalizar com a oclusão em relação cêntrica e sem interferências oclusais. Isso visa não apenas evitar o desenvolvimento ou agravamento dos sintomas da Síndrome da Disfunção Temporomandibular (DTM), mas também auxiliar na estabilidade dos resultados do tratamento ortodôntico.

Entretanto, qual é a real relação entre oclusão e DTM?

Do ponto de vista clínico, “oclusão” não se refere apenas à forma como os dentes se relacionam em posições estáticas, mas também às interações morfofisiológicas dinâmicas entre todos os elementos do sistema estomatognático, incluindo os dentes, seus tecidos de suporte, o sistema neuromuscular, os ossos e a Articulação Temporomandibular (ATM). Durante aproximadamente um século, a oclusão dentária foi considerada a chave para o tratamento das DTMs. No entanto, desde a década de 1990, um número crescente de estudos clínicos e revisões têm demonstrado a importância do modelo biopsicossocial multifatorial das DTMs. Isso tem encorajado os dentistas a não considerarem as características oclusais como os principais fatores causais das DTMs, mas sim como fatores coadjuvantes. Com base em evidências científicas, a oclusão está menos relacionada às DTMs do que fatores não oclusivos, como genética e ambiente. Portanto, parece mais apropriado considerar a oclusão como um fator de risco, em vez de um fator etiológico principal da DTM.

Atualmente, a associação entre DTMs e oclusão continua sendo um tópico controverso e significativo, demandando mais pesquisas nesta área.

REFERÊNCIAS
1) Aubrey RB. Occlusal objectives in orthodontic treatment. Am J Orthod. 1978 Aug;74(2):162-75.
2) Xiong X, Gao X, Zhong J, Hu S, Li Y, Zheng Y, Liu Y. Bibliometric Analysis of Research on Temporomandibular Joint and Occlusion from 2000 to 2022. J Pain Res. 2023 Aug 16;16:2847-2860.

Autora: CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

29/03/2024

ANOMALIA DENTÁRIA DE NÚMERO

Você sabe o que é HIPERDONTIA?

A hipodontia é uma condição na qual um indivíduo apresenta menos dentes na dentição do que o normal, enquanto a hiperdontia é caracterizada pela presença de dentes supranumerários. Essas duas condições são relatadas como extremos opostos no desenvolvimento da dentição. Existe também a ocorrência de hipo e hiperdontia num mesmo indivíduo, mas é uma situação mista extremamente rara.1

Tanto os fatores ambientais quanto os fatores genéticos têm sido propostos para explicar estas anomalias isoladamente. A diferenciação das células da crista neural e as interações entre as células epiteliais e mesenquimatosas durante o início da ontogênese, as perturbações na migração e a proliferação têm sido sugeridas como causas desta condição. Até o momento, não se sabe se um gene específico ou um defeito enzimático desempenha um papel significativo.

A prevalência relatada de hiperdontia na dentição permanente de caucasianos está entre 0,15% e 3,9%, sendo mais comum entre os grupos raciais mongolóides, com uma frequência superior a 3%. Em contraste, a hipodontia excluindo os terceiros molares tem uma prevalência relatada de 1,6% a 9,6% na população em geral.2

O caso clínico aqui apresentado refere-se a um paciente do gênero masculino com 10 anos de idade, que compareceu ao consultório com a queixa de atraso no aparecimento dos incisivos superiores. A radiografia panorâmica (A), mostra a presença de diversos supra-numerários, em especial na região de incisivos superiores. Assim, foi necessário a solicitação de uma Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), como ferramenta imprescindível para o planejamento ortodôntico. Além dos dentes 11 e 21 impactados e inclusos, observa-se 4 supra-numerários na região dos incisivos centrais superiores, o que causou a impactação e o atraso na erupção dos mesmos.

Referências:
1- Mallineni SK, Nuvvula S, Cheung A, Kunduru R. A comprehensive review of the literature and data analysis on hypo-hyperdontia. J Oral Sci. 2014;56(4):295-302. doi: 10.2334/josnusd.56.295. PMID: 25500927.
2- Anthonappa RP, King NM, Rabie AB. Prevalence of supernumerary teeth based on panoramic radiographs revisited. Pediatr Dent 2013;35:257-261.

Autora: CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

28/01/2024

A EVOLUÇÃO DA TÉCNICA DE AQUISIÇÃO DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA

Descubra a trajetória da evolução na aquisição de imagens panorâmicas, desde o Ortopantomógrafo até o Eixo Contínuo de Rotação

A radiografia panorâmica é uma projeção valiosa para a análise das estruturas ósseas e dentárias da maxila e mandíbula, sendo aplicada em diversas áreas da Odontologia. Em um único filme, é possível identificar patologias, alterações ósseas, alterações dentárias de forma, estrutura e número, como dentes ausentes e supranumerários, entre outras alterações.

Em 1946 e 1949, na Universidade de Helsinque, na Finlândia, PAATERO apresentou um método inovador para a época. Essa abordagem fundamentava-se na concepção de que uma imagem nítida de um objeto poderia ser projetada em um filme em movimento, enquanto tanto o objeto quanto o filme eram varridos por um estreito feixe de raios X. Em 1961, PAATERO concretizou o protótipo desse aparelho pioneiro, denominado ORTOPANTOMÓGRAFO. Este dispositivo contava com três eixos de rotação, nos quais a fonte de raios X e o filme giravam de maneira sincronizada ao redor da cabeça do paciente, mantendo uma velocidade constante.

A nomenclatura "ortopantomógrafo" é utilizada para descrever esse tipo de aparelho, uma vez que o feixe de raios X é direcionado perpendicularmente às regiões posterior e anterior, em uma posição ortorradial, ou seja, a 90 graus em toda a extensão da área radiografada (A).

Na década de 80, ocorreu uma transição dos 3 eixos de rotação para a implementação de múltiplos eixos de rotação. Atualmente, os aparelhos panorâmicos fazem uso desses múltiplos eixos, ajustando o ângulo horizontal conforme a estrutura a ser radiografada. Essa inovação otimiza o formato do plano de corte, proporcionando uma reprodução detalhada das estruturas radiografadas, incluindo dentes, processo alveolar e ossos da face (B).

Autores: ORIVALDO TAVANO & CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

15/01/2024

CONSTRUINDO SORRISOS E RELAÇÕES DURADOURAS

Dicas para Fortalecer a Ligação entre Profissionais e Pacientes na Odontologia

A relação entre o profissional de odontologia e o paciente desempenha um papel fundamental no sucesso do tratamento e no bem-estar do paciente. Para estabelecer e manter uma relação saudável e produtiva, aqui estão algumas dicas valiosas:

1. Comunique-se com clareza: A comunicação eficaz é a base de uma boa relação. Explique o diagnóstico, os procedimentos e as opções de tratamento de forma compreensível, evitando o uso excessivo de jargões técnicos.
2. Mostre empatia: Demonstre compreensão e empatia em relação às preocupações e ansiedades do paciente. Isso ajuda a criar um ambiente de confiança.
3. Respeite a autonomia do paciente: Respeite as decisões e preferências do paciente em relação ao tratamento, garantindo que ele se sinta no controle de sua saúde bucal.
4. Informe com transparência: Forneça informações detalhadas sobre os custos, prazos e expectativas de resultados. Isso ajuda a evitar mal-entendidos e surpresas desagradáveis.
5. Mantenha a confidencialidade: Garanta a privacidade do paciente, mantendo estrita confidencialidade de suas informações médicas.
6. Eduque o paciente: Ofereça orientações sobre a higiene bucal adequada e a importância da prevenção. Pacientes bem-informados têm mais probabilidade de manter uma boa saúde bucal.
7. Promova a continuidade do cuidado: Incentive visitas regulares ao consultório para check-ups e exames preventivos, criando um relacionamento de longo prazo.
8. Seja acessível: Esteja disponível para responder às perguntas e preocupações do paciente, demonstrando interesse genuíno por seu bem-estar.
9. Demonstre competência: Mantenha-se atualizado com as melhores práticas e técnicas odontológicas para oferecer o melhor tratamento possível.
10. Trabalhe em equipe: Colabore com outros profissionais de saúde quando necessário, garantindo uma abordagem holística para a saúde do paciente.

 Uma relação sólida entre o profissional e o paciente na odontologia é fundamental para promover o sucesso do tratamento e a satisfação do paciente. Ao seguir essas dicas, você estará no caminho certo para construir relacionamentos duradouros e proporcionar cuidados odontológicos de alta qualidade. Lembre-se de que, além da expertise técnica, a empatia e a comunicação desempenham um papel igualmente importante no consultório odontológico.

Autor: PEDRO MOLITOR

 

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

11/12/2023

CRITÉRIOS NA SELEÇÃO DE PACIENTES PARA EXAMES RADIOGRÁFICOS ODONTOLÓGICOS

Quando e quais exames radiográficos devemos solicitar para um paciente?

O propósito deste blog é explorar o contexto da indicação da técnica radiográfica apropriada em três cenários: durante o exame odontológico inicial, no acompanhamento subsequente do paciente e em situações de emergência odontológica.

A correta indicação de um exame radiográfico na odontologia é fundamental e deve seguir um exame clínico minucioso e uma análise detalhada do histórico do paciente. Essa fase é o ponto inicial para uma indicação precisa do exame radiográfico, pois identifica a localização e a natureza das alterações bucais do paciente.

O objetivo da correta indicação de um exame radiográfico é aderir ao princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable), que preconiza o uso de doses de radiação tão baixas quanto necessário para obter radiografias de qualidade diagnóstica. O exame radiográfico só deve ser realizado quando as informações nele contidas são benéficas ao paciente, ou seja, quando realmente contribuem para o diagnóstico e o plano de tratamento, evitando radiografias desnecessárias que aumentam a dose de radiação e o custo do tratamento.

No critério de seleção da imagem radiográfica, é necessário considerar três elementos: a idade do paciente e o estágio de desenvolvimento dentário, o tipo de consulta (primeira consulta ou retorno) e o caráter do atendimento (eletivo ou urgência). Seguindo o quadro de TAVANO (2017), o critério de seleção é detalhado da seguinte forma:

 1. Criança na Dentição Decídua:

  1. Primeira consulta: Pacientes sem evidência de doença e com contatos proximais abertos não necessitam de exame radiográfico.
  2. Pacientes de retorno com risco de cárie: Radiografias intrabucais semestral/anualmente.
  3. Sempre: Tomada radiográfica de acordo com a indicação do exame clínico.

 2. Criança na Dentição Mista, Adolescentes e Adultos:

  1. Primeira consulta: Radiografia panorâmica complementada por técnicas específicas, conforme indicação do exame clínico e do protocolo de exame radiográfico de cada especialidade odontológica.
  2. Pacientes de retorno com risco de cárie ou evidência de doença periodontal: Radiografias intrabucais semestral/anualmente.
  3. Sempre: Tomada radiográfica de acordo com a indicação do exame clínico.

Ressalta-se a importância da radiografia panorâmica como exame inicial devido à quantidade de informações que ela contém, juntamente com a baixa dose de radiação ao paciente e a orientação para outros exames, conforme determinado pelo profissional após um minucioso exame clínico e anamnese.

 O objetivo dessas diretrizes é contribuir para a redução da exposição à radiação, fornecendo ao mesmo tempo os dados necessários para o diagnóstico de alterações bucais.

 

Referências:
1- WHAITES E. Princípios de radiologia odontológica. Ed Artmed. 3.ed. 2003.
2- CASATI LC, TAVANO O. Curso de radiologia em odontologia. Ed Santos. 5.ed. 2017.

 

Autores: ORIVALDO TAVANO & CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

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CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

27/11/2023

EXAMES DE IMAGEM E A SEGURANÇA NA PRÁTICA ODONTOLOGIA

Saúde Bucal e a Gestão Tecnológica na Odontologia

A gestão eficiente da saúde bucal do paciente é um pilar essencial na prática odontológica contemporânea. Neste âmbito, é crucial considerar o papel dual das radiografias: por um lado, elas são ferramentas diagnósticas valiosas, mas por outro, carregam o risco associado à exposição à radiação ionizante. Para mitigar potenciais danos, uma abordagem responsável é essencial. Isso implica evitar radiografias e tomografias que não contribuem com informações cruciais para o tratamento do paciente. Por exemplo, muitas vezes, uma simples radiografia oclusal é suficiente para localizar a posição de um dente não erupcionado, tornando desnecessária a realização de uma tomografia de feixe cônico.

 

Outra questão relevante é a duplicidade de exames de imagem, como radiografias, tomografias e fotografias, muitas vezes solicitadas por diferentes profissionais. A tecnologia de imagem digital surge como uma solução eficaz, facilitando o compartilhamento e o gerenciamento desses dados. Neste contexto, plataformas online como o DOCSAFE e o CREATIVECASE desempenham um papel fundamental. Elas não só asseguram a disponibilidade dos dados 24 horas por dia, todos os dias do ano, como também aprimoram a qualidade do atendimento e a segurança do paciente, permitindo um fácil acesso às informações por diferentes profissionais.

 

Hoje, a adoção de sistemas de saúde integrados, como o DOCSAFE e o CREATIVECASE, é imprescindível. Estas plataformas armazenam e gerenciam dados de maneira eficiente, otimizando o fluxo de trabalho no consultório odontológico. Além disso, proporcionam ferramentas valiosas para a análise de processos no âmbito da Odontologia Legal, reforçando a importância da precisão e da segurança nos procedimentos odontológicos.

 

Acesse: www.creativecase.com.br

 

Autores: ORIVALDO TAVANO & CLAUDIA SCIGLIANO VALERIO

 

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